Conheça a história da Doutrina Espírita: 160 anos caminhando com Jesus!
Esse é um tema que precisamos fazer uma reflexão mais aprofundada, porque sabemos que fora das fileiras espíritas, no mundo de maneira geral temos pessoas que acham que a Doutrina Espírita não tem nada a ver com o Cristianismo.
Por incrível que pareça ainda hoje existem pessoas que julgam a Doutrina Espírita completamente afastada do Evangelho de Jesus e que nós espíritas entendemos Jesus de forma diferente das demais crenças cristãs…
Alguns dizem inclusive que o ESE está fazendo uma nova versão do Evangelho e de uma forma distorcida. Portanto, é sempre bom divulgarmos, falarmos e refletirmos acerca dos ensinamentos de Jesus abrangendo como foi esse processo da vinda do Consolador quando concretizada através do Espírito de Verdade em 1857 no lançamento de “O Livro dos Espíritos”.
Primeiramente, é bom lembrarmos aquela passagem em que Jesus está reunido com os seus discípulos para o momento da despedida do Mestre.
O símbolo material da passagem interpreta-se com a Santa Ceia, Última Ceia e houve a Cerimônia do Lava pés. O simbolismo espiritual da passagem em que Jesus faz o gesto de surpreender aos doze que ali estavam quando Ele vai tirar sua túnica e vai pegar uma vasilha de água e chegando na ponta da mesa onde estava o primeiro daqueles homens vai ajoelhar-se para banhar seus pés.
– Entretanto, ali Jesus com os doze, eles não tinham uma noção precisa, não sabiam que aquela era a despedida de Jesus. A cerimonia do Lava pés é um costume usado pelo proprietário da Casa, portanto, houve uma rejeição daqueles homens, pois não queriam que Jesus realizasse uma ação tão humilde e é quando Jesus insiste e vai banhando os pés de um por um, até chegar diante de Pedro. Quando Ele vai se ajoelhar Pedro rejeita com impetuosidade, rejeita de forma direta e Jesus vai dizer algo interessante a Pedro e que também deve ser motivo para nós observarmos:
“Se Eu não lavar os teus pés não terás parte comigo”. Isso é muito interessante, porque Jesus está dizendo para Pedro que a necessidade de estar perto para que houvesse uma sintonia como que uma comunhão espiritual entre ele e o Mestre e entre os doze discípulos…
Pedro então consente quando ele entende o significado do gesto ele vai dizer para Jesus que podia lavar o rosto, os braços, a cabeça, ou seja, parece-nos que Pedro queria tomar um banho, quando Jesus disse que somente os pés seriam suficientes… Jesus encerra até o último dos discípulos secando os seus pés com a túnica. Jesus a partir daí vai começar a transmitir suas últimas instruções àquelas criaturas que ali estavam, porém antes disso, Judas retira-se da Casa, e os outros vão entender que Judas vai preparar alguma coisa, pois era como uma espécie de tesoureiro do grupo; vai comprar provisões, tomar as providências que eram necessárias quando Jesus se preparava para sair em Suas pregações pelas Suas viagens.
Judas se retira, porém Judas estava com um propósito diferente naquela noite, Judas iria se encontrar com os soldados de César porque sabia que o Mestre ao sair dali Ele seria cercado por esses soldados.
Jesus realizaria um milagre, pois instalaria ali o Reino dos Céus que tantas vezes havia prometido. Judas tinha essa ideia porque ele não queria a morte do Mestre, ele não queria que Jesus fosse sacrificado. Jesus ficou com os onze discípulos na Ceia e a partir dali Ele vai começar as últimas instruções… Tudo isso quem está narrando para nós é João Evangelista a partir do final do Cap. XIII do seu Evangelho.
“Por um pouco ainda estarei convosco. Um novo mandamento vos dou: “que vos ameis uns aos outros assim como vos amei”, e os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.” (João – Cap. XIII)
E é exatamente a partir daí que João Evangelista registra as recomendações de Jesus: “Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em Mim; na Casa do Pai há muitas moradas; se assim não fosse Eu vos teria dito. Vou preparar-vos outro lugar.” (João Cap. XIV)
E deu ensejo para que perguntassem, melhor dizendo, lhes prometeu um verdadeiro lugar. “Senhor, mas nós não sabemos para onde vai? Que lugar é esse?” E Jesus deu uma resposta enigmática, uma resposta de ordem metafísica: “Eu Sou o caminho da Verdade e da Vida e ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (João – Cap. XIV)
E na sequência João vai registrando a palavra do Mestre na sequência do Evangelho de João Cap. XIV – 15 a 17 e 26 – que Jesus faz a promessa do Consolador. Isso nos interessa muito, porque é exatamente essa a nossa reflexão.
Jesus vai dizer: “Se me amais, guardai os Meus mandamentos e Eu rogarei ao Pai e Ele vos enviará outro Consolador para que fique convosco para sempre, o Espírito de Verdade que os homens não conheceram, não viram, não entenderam.” (João – Cap. XIV – 15 – 17)
E mais tarde no vers: 26 Ele vai dizer: “mas o Consolador, o Espírito de Verdade que o Pai enviará em Meu nome esse vos ensinará todas as coisas e vos lembrará todas as coisas que vos disse.” (João – Cap. XIV – 26)
A presença do Consolador, portanto, foi naquele instante realizada pelo Mestre. Ele faz a promessa na frente dos outros. É interessante observarmos que Ele não faz isso naqueles primeiros momentos, nas primeiras pregações. Ele deixou para o momento final quando da despedida, porque aqueles homens ainda não tinham noções disso, mas Jesus sabia que quando terminasse suas instruções e saísse lá fora tudo estaria consumado.
A partir daquele momento que defrontaria com os soldados e Ele não iria se defender. Ele não iria realizar milagre algum e nesse caso tudo estaria então sendo realizado… Mas aqueles homens não sabiam disso… Aqueles homens que ali estavam ouviram a promessa de Jesus naturalmente, não fizeram uma compreensão mais profunda, porque era algo que Jesus estava fornecendo para tempos futuros…, e não havia nada naquele instante que possibilitasse a eles a compreensão mais profunda, no entanto, todos nós sabemos que mais tarde quando Jesus é crucificado, quando é levado e quando os seus discípulos se dispersaram menos um, João que vai acompanhar juntamente com outras mulheres aquelas que se tornariam mestres até a crucificação. Os outros se dispersaram na tristeza, no desespero, por inúmeras razões, cada um se encolheu de certa forma, não dando a sua presença testemunho naquela hora.
Mais tarde, quando da promessa do Consolador, Jesus ia abrir um foco de esperanças para eles próprios e para toda a Humanidade… Mas o que devemos saber com o Espiritismo?
Nós vamos lembrar então, uma outra passagem de Jesus que está no Evangelho de Mateus X – 1 a 14 quando Jesus dá aos doze discípulos a autoridade, a missão de expulsar os Espíritos impuros, curar todas as enfermidades e todo o mal. Jesus ia delegar àquele grupo que foi escolhido, que Ele havia convidado para realizar aquela tarefa.
É exatamente nesta passagem que Jesus vai dizer: “Ide às ovelhas perdidas da Casa de Israel…” e vai fazendo uma longa explicação para seus discípulos. Jesus vai dizer para caminhar de dois a dois pelas estradas; ir de casa em casa; tudo de forma muito poética, mas o que nos interessa é o vers: 6: “Ide, de preferência as ovelhas perdidas da Casa de Israel.”
1856 anos que ocorreu e ali estava em Paris, Hippolyte Léon Denizard Rivail reunindo aqueles cadernos de mensagens de vários médiuns compondo o “LIVRO DOS ESPÍRITOS”. Ali, estava o professor Rivail já ultimando os preparativos para o Livro dos Espíritos que iria dar a preparação para o seu lançamento em 18 de abril de 1857.
E vai colocar posteriormente, deixando para depois uma das mensagens mais importantes de todas, do Espírito de Verdade que está no Cap. VI do Evangelho Segundo o Espiritismo. Essas mensagens o Codificador selecionou para compor este capítulo 6 de ESE que seria lançado depois no ano de 1864.
E vejamos que essa mensagem ela tem uma perfeita conexão com o cap. X de Mateus com o vers. 6.
A mensagem começa da seguinte maneira, assinada pelo Espírito de Verdade: “Venho como outrora, aos transviados filhos de Israel, trazer-lhes essa Verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável Verdade, o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e se levantem as ondas. Revelei a Doutrina divinal. Como um ceifeiro reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: Vinde a Mim todos vós que sofreis.”
Esse é o trecho inicial da mensagem que está neste cap. 6 de o ESSE, denominado O Cristo Consolador. Esta mensagem é de tal importância que ela termina da seguinte maneira: Espíritas: amai-vos eis o primeiro mandamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram…
É a mensagem mais importante para nós espíritas, porque faz a ligação histórica da promessa do Cristo, do Consolador Prometido, do registro de Mateus que está no cap. X vers. 6; e é uma daquelas médiuns que fazia parte do grupo da família Baudim , naquelas reuniões que o professor Rivail participava e que no transcurso daquele tempo, muito pouco tempo, porque para o lançamento de o LE o professor Rivail ficou ali naquelas pesquisas por dois anos até lançar a primeira obra da Doutrina Espírita, a obra básica e posteriormente passando esse período todo de trabalho esta mensagem psicografada Allan Kardec vai então vai organizar o ESSE sob a direção do Espírito São Luiz.
As diretrizes luminosas que Jesus deixou para a Humanidade que é o mais precioso legado para que a humanidade alcance um patamar acima, para que nossa humanidade possa progredir, para que o ser humano consiga realizar sua transformação moral, somente através dessa vivência…
Quando Allan Kardec vai estruturar o ESSE ele vai dizer logo na Introdução da obra que ia colocar a parte moral e ética dos ensinamentos de Jesus, porque foi aquela que menos alterações sofreu, menos interpolações, modificações, porque nós sabemos que nos transcursos desses dois milênios quantas modificações e alterações foram feitas nas próprias palavras do Mestre.
A Doutrina Espírita veio nos trazer de volta Jesus na sua legítima pureza, dentro daqueles princípios luminosos que realmente dão a certeza para nós…
Vamos lembrar de uma obra magistral: “Memórias de um Suicida”, psicografada pela inesquecível médium Yvonne do A. Pereira, uma obra mediúnica ímpar.
Este livro além de ser um monumento de ensinamentos é um livro sui generis, porque quando a médium psicografou essa obra de autoria do Espírito Camilo Castelo Branco, escritor português que usou o pseudônimo de Camilo Cândido Botelho e este Espírito era um suicida e ele devia relatar todo o seu sofrimento, tragédia, toda a situação que ele passou até chegar no Plano Espiritual.
Então, quando ele escreveu a obra, lá nos idos de 1925, quando ele estava muito jovem, neste conjunto de psicografias desses capítulos todos, ela Yvonne achou que o livro era muito avançado, ela achou que o livro trazia revelações que para ela eram muito impressionantes, então, o que ela fez: engavetou o livro. Transcorridos mais de 20 anos o Espírito Léon Denis, Espírito de Escol, falou com a médium Yvonne Pereira que já era a hora de publicar o livro…, mas ele reformulou o livro porque quando o autor escreveu ele apenas narrou os fatos sem fazer o desenvolvimento de cada um deles, sem compor enfim, de uma forma literária mais adequada. Então, Léon Denis cujo nome não consta na obra, mas Yvonne sempre explicou isso, nós vemos inclusive em muitos momentos da obra o estilo inconfundível de Léon Denis e nesse caso o livro teve dois autores. Um declaradamente, Camilo Cândido Botelho e outro que era Léon Denis.
Então, depois de refeita e terminada a obra ela entrega para a FEB que vai publicar para a nossa felicidade, porque aí, nós temos esse conjunto de ensinamentos preciosos, tão caros, tão maravilhosos, que quanto mais lemos e estudamos mais nos edificamos…
E vamos lembrar aqui um outro grupo importante, o grupo de suicidas ao qual Camilo Castelo Branco fazia parte e se reuniu numa região denominada Vale dos Suicidas, onde estavam aqueles Espíritos que haviam posto termo a própria vida. E, o grupo, que por afinidade se reuniu ali e que Camilo fazia parte do processo de sofrimento por determinado tempo foi socorrido por uma caravana de Espíritos luminosos do Plano Superior, pertencentes a Colônia denominada “Legião dos Servos de Maria”, conforme vinham frequentemente para resgatar Espíritos que ali estavam no Vale, para que fossem medicados, levados e tratados. E neste dia a Caravana vinha atender o grupo no qual Camilo fazia parte e levou esse grupo para o Hospital que existe na Colônia dos Servos de Maria. E lá estiveram todos eles passando por cirurgias no perispírito, que é o corpo fluídico do Espírito, e tiveram aulas instrutivas, propiciando em cada um deles uma compreensão melhor da importância da vida física a fim de que, quando renascessem, quando reencarnassem não mais cometessem um suicídio; estivessem conscientes para evitar nova queda dentro desse mesmo processo…
Nessas aulas eles receberam um Curso Completo, foram convidados então, para assistir as aulas de um Espírito que se denominava Aníbal de Silas, Espírito de rara elevação, só para termos uma ideia, quando Jesus esteve na Terra, Aníbal esteve junto do Mestre, só que ele era uma daquelas crianças que Jesus colocou no colo quando ensinava “deixai vir a mim as criancinhas que delas é o Reino dos Céus” e isso marcou a vida daquele Espírito. Daí para frente ele se tornou um Servidor do Cristo e a história de Aníbal é toda relatada porque o Curso que eles iam receber eles iriam aprender toda a história da Humanidade e iam aprender também o motivo pelo qual Jesus também veio a Terra e sobre todos os ensinamentos que deixou para a Humanidade.
Mas, para que esses alunos tivessem bastante sintonia com o mestre Aníbal de Silas ele vai contar primeiramente a história de sua vida pregressa, tudo que ele vivenciou, então, nós vamos ver nesta obra e nos capítulos primeiro e segundo da primeira parte de Memórias de um suicida, Aníbal de Silas descrevendo desde os tempos de Elias, com o qual ele conviveu, também em sucessivas reencarnações até conviver com Jesus e acontece que seguindo o Mestre já adulto começou a pregar também o Evangelho e vai para Roma e lá é aprisionado e levado para o Circo onde morreu queimado. Ele foi atado num daqueles postes no circo romano para oferecer a multidão o espetáculo de ser queimado vivo, que segundo a tradição romana era para iluminar a noite no circo romano, pois vários eram atados e queimados ao mesmo tempo…
Aníbal, esse Espírito luminoso vai então expandir no Mundo Espiritual como Espírito de elevadíssima condição. Jesus vai convocar Aníbal, o próprio Mestre vai convida-lo a trabalhar com os Espíritos suicidas, por isso Aníbal estava ali no Hospital Maria de Nazaré na Colônia dos Servos de Maria.
Anibal, então, após contar toda a sua história vai começar a transmitir para os alunos toda a caminhada da Humanidade, como o Planeta foi criado e como surgiu os primeiros seres humanos, toda a sua trajetória e surgiam telas onde tudo ia sendo projetado e foram a partir daí tomando contato, aquele grupo todo que ali estava assistindo, com a presença luminosa do Cristo, como o Governador Espiritual do Planeta, que já estava desde a criação do mundo presidindo toda a obra de transformação do Planeta, do surgimento dos seres humanos, e toda a sua trajetória.
Aquilo ia sendo passado para eles e é Camilo quem está escrevendo isso e é Léon Denis quem está desenvolvendo a narrativa. Até que certo dia chegou o momento deles tomarem contato com a vinda mesma de Jesus. Já haviam percorrido todas as etapas da humanidade até aquele instante em que o Mestre vai voltar ao Plano Físico, ao Plano presente, E a partir daí, nós vamos encontrar detalhes de como Aníbal transmitia aqueles ensinamentos, como as cenas eram narradas, todos vendo em telas panorâmicas como se estivessem participando daquela magnífica epopeia, portanto, foi assim, um momento magistral. E eles foram acompanhando a trajetória de Jesus e Aníbal disse o seguinte: que sendo Jesus o Espírito mais perfeito que já veio a Terra, a sua mente também é a mente mais fecunda, mais avançada que sequer podemos imaginar. Então esse pensamento do Cristo criou as cenas quando Ele estava na Terra pregando; criava as cenas daquilo que Ele estava transmitindo, por isso Jesus era capaz de manter uma multidão faminta sem sentir a menor necessidade de ingerir qualquer alimentação, água, uma multidão de perseguidos sem sentir ódio, numa pregação onde as pessoas assistiam as cenas entrando na faixa de sintonia do Mestre captando as cenas, claro que nem todos, e Aníbal esclarece isso; criaturas que estavam contrárias, em circunstâncias conflitivas, essas não captavam evidentemente, mas aqueles outros que estavam plenamente edificados eles iam assistindo as cenas que eram criadas pelos pensamentos fecundos, luminosos de Jesus.
Aníbal diz que o Evangelho do Cristo tem a origem do próprio pensamento divino, portanto, meus irmãos, o Evangelho do Mestre é realmente a diretriz segura para a Humanidade. É essa verdade que nós temos, a maior e a melhor, mas nós ainda não entendemos, não sabemos e aí estava aquele grupo tomando contato com o pensamento do Cristo e saindo dali depois completamente transformado e edificado. Depois eles assistiram a crucificação de Jesus e também as lutas posteriores dos primeiros cristãos na implantação do Evangelho. Tudo aquilo foi apresentado para aqueles Espíritos que ali estavam.
E nós vemos nessa síntese que acabamos de fazer do livro “Memórias de um suicida” o quanto Jesus está convidando e apontando para todos nós a única maneira que nós temos para conseguirmos o progresso espiritual, embora às vezes as pessoas estejam vivenciando essas diretrizes luminosas sem sequer ter uma noção mais profunda disso, reflexões importantes de suas existências passadas, reconciliações que as estão promovendo espiritualmente em suas conquistas reencarnatórias…
E nós outros que estamos na Doutrina, nós vivemos a chave ou as chaves que a Doutrina apresenta para a compreensão dos ensinamentos de Jesus, nós temos que refletir no nosso papel, na nossa missão, no porque estamos aqui, o motivo, entendermos a finalidade de nossa vivência, porque nós cristãos estamos convocados, porque ser convocado é mais que ser convidado, para colaborarmos no processo de regeneração da Humanidade. E isso é uma responsabilidade muito grande, que nos será cobrado porque já que sabemos, temos um aprofundamento desses ensinamentos, claro que nós vamos ter de dar nosso testemunho, portanto, precisamos fazer nossa transformação interior, nosso trabalho na causa do bem, algo que nos identifique como Servidores do Mestre (obras) como espíritas que estejam sintonizados com os ensinamentos da Doutrina que está revivescendo os ensinamentos de Jesus…
Mas, há um ponto importante que Aníbal também vai citar: que Jesus veio para a Terra e também veio para o seu Pano Espiritual Inferior. Ele não abrange quando Jesus esteve na Terra naqueles três anos de vivência de pregação, então, nesse caso, Jesus em Espírito visitava o Plano Inferior, ou seja, Planos
Espirituais Inferiores, para trazer essa mesma mensagem de luz aos Espíritos que ali estavam, muitos deles há séculos, prisioneiros das trevas, das próprias realizações negativas. Esse é um ponto muito interessante também…
Nós vamos encontrar também no livro “Obreiros da Vida Eterna” de autoria de André Luiz, psicografia de Francisco C. Xavier, uma narrativa para nossos estudos…
Um dos mentores espirituais desta obra, foi convidado a fazer uma pregação para André e seus companheiros quando eles estavam lá na construção do livro citado e o Palestrante vai contar a situação que ele viveu. Ele conta o seguinte: que em certa época de sua vida espiritual, como Espírito, ele achou que já deveria subir para Planos Superiores e nesse caso ele começou achar que aqueles que estavam no Vale, nos Planos Inferiores esses eram criaturas que não precisavam dele, da presença dele, afinal já havia dado a sua contribuição e que iria se atrasar ao lado desses Espíritos. E ele vai fazer simbolicamente uma narrativa. Ele começou a subir, uma subida íngreme, como se subisse uma montanha e quando ele chegou numa certa posição que ele olhou para baixo lá estava o Vale e lá os Espíritos atrasados. E ele achava que devia subir cada vez mais para encontrar os Planos Superiores, só que nesse momento quando olhava lá embaixo ele viu uma luz muito forte, luz que vinha do Plano Inferior, mas uma luz diferente e que tudo clareava e nessa mesma hora ele começou a ver que Espíritos Angelicais desciam apressadamente para o Vale e ele conseguiu perguntar a um deles o que estava acontecendo, o que significava aquela luz. O Espírito Angelical respondeu a ele, O Senhor Jesus hoje visita o Vale…
Quando o Espírito Instrutor percebeu que estava ali naturalmente com vaidade, com orgulho, ele ficou envergonhado porque se o próprio Mestre vinha ajudar os necessitados no exercício do amor, porque ele estava achando que era melhor, e não podia ter contato com aquelas criaturas. Ele se envergonhou da sua posição e a partir daí ele se dedicou ao atendimento de todas as criaturas necessitadas… Esta é uma bela descrição de um Espírito que humildemente relatou o quanto ele em dado momento com a vaidade, com o orgulho achando que era melhor do que qualquer pessoa, e que não valia a pena de dar a sua contribuição para reles criaturas.
Então nós vemos o perfeito encadeamento entre o livro “Memórias de um suicida” quando Aníbal de Silas fala que Jesus visitou o Plano Inferior da Terra e também esse livro de André Luiz que nos mostra na palavra desse Espírito Instrutor quando Jesus se dedicou a nossa Humanidade, o quanto se dedica a nós; basta lembrarmos que Ele desceu segundo Joanna de Ângelis dos Altíssimos Planos para caminhar em nosso chão terreno e ali enfrentar as vicissitudes de um Planeta muito atrasado de uma Humanidade muito inferiorizada…
A Doutrina Espírita, meus irmãos, caminha com o Cristo. Nós vemos no ESE da primeira a última página a presença do Mestre. Nós vemos em a Gênese quando Kardec vai falar dos milagres, das passagens e predições, quando vai organizar a personalidade do Cristo, enfim, nós vamos encontrar em todos os momentos a presença do Mestre.
Nós vamos encontrar no LM algo também que merece a nossa atenção porque na parte final cap. XXXI – Dissertações Espíritas, Kardec vai apresentar aquelas comunicações apócrifas, ou seja, comunicações que não eram verídicas em relação ao longo do conteúdo da mensagem. E entre as comunicações autênticas, a de nº 9, porque é exatamente aquela que começa assim: “Venho como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a Verdade e dissipar as trevas.” Aquela que refletimos no início de nossa fala e que depois foi transcrita para ESE.
Mas, no LM, segundo livro da Codificação, escrito em 1861, nessas dissertações autênticas quando a mensagem é toda transcrita Allan Kardec logo de imediato não coloca o nome do Espírito que assinou a mensagem. O que ele faz? Ele faz um comentário, dizendo: esta mensagem foi assinada por um nome, com receio que nos leva ter cuidado esse nome ao divulgar, ao assinar o autor. E esse nome é Jesus de Nazaré e nesse caso ele acrescenta que a mensagem faz juz a Jesus que no caso o autor seria o próprio Mestre.
Ele considerou esta mensagem tão autêntica, tão perfeita que ele vai transcrever para o ESE no Cap. VI, “O Cristo Consolador” e como Kardec coloca a mensagem no capítulo? Não mais assinada por Jesus de Nazaré, mas assinada pelo Espírito de Verdade…
Nós, portanto, podemos chegar a uma conclusão, onde muitos espíritas aceitam outros não, que o Espírito de Verdade é o próprio Jesus…
Portanto, são reflexões para nós, para nós termos a ideia que há 160 anos a Doutrina Espírita caminha com Jesus. Jesus é o próprio idealizador de todos os ensinamentos da Doutrina. É o foco luminoso, o foco maior e nós outros estamos sendo beneficiados com esta mensagem, extremamente consoladora, porque sendo esclarecedora a mensagem da DE ela conforta, porque ela vai falar a respeito do porque da vida, o que nós estamos fazendo aqui, vai falar da morte física, do sofrimento, a realidade do Mundo Espiritual, que a vida continua, que somos Espíritos imortais, e estamos temporariamente habitando um corpo físico, que são transitórios, onde uns ocupam por horas e outros por 100 anos, mas que frente a nossa imortalidade que ele nos reporta é um sopro de misericórdia, portanto, nós temos conosco este Ser maravilhoso, incomparável que a Doutrina Espírita trazendo de volta a mensagem de Jesus para a nossa felicidade para que nós possamos contribuir para que o reinado do bem se instale aqui em nosso Planeta.
Nós sabemos que a Terra ainda um Planeta atrasado “Provas e Expiações” é o patamar que estamos; agora o patamar de provas e expiações não é propriamente um plano de sofrimentos para nós, é da Humanidade que habita o Planeta. Porque o planeta cumpre a sua finalidade como planeta. Se fôssemos Bons Espíritos ou Puros o planeta teria outra configuração para as vicissitudes próprias do Plano geográfico físico e não aconteceriam os sofrimentos… E nesse caso a vida seria outra, estaria de acordo com a Humanidade. Nós estamos nessa fase de provas e expiações, uns passando por provas, outros por expiações, portanto, não temos outra vivência, ou vivenciamos provas ou vivenciamos expiações, denotando a nossa condição espiritual, mas nós não podemos demorar.
O Planeta vai passar para Planeta de Regeneração e a Humanidade galgar o degrau futuro. Então, depende de que? De nós, depende de cada um e do conjunto, é difícil, é difícil, não é fácil não…, porque é uma mudança estrutural da Humanidade, é uma mudança que vai ter modificações profundas na vida das criaturas e nós sabemos que existem outros orbes, moradas distantes do Planeta, existem civilizações que nunca ouviram falar de Jesus, ou talvez, ouviram mas, não aceitam, e isso importa? Seria melhor, se aceitar, se compreender, mas podem viver com os ensinos do Cristo sem saberem disso…?
Então, o que nós vemos…? Nós vemos o desequilíbrio, a discórdia, o desencanto, a violência em quase toda parte, e isso nos convoca e a todas as criaturas do bem que já estejam com o seu mundo íntimo transformado ou em transformação e aprimoramento para contribuir nestas mudanças, para contribuir para instalar aqui o Planeta de Regeneração. Já começou esse processo de transformação? Já começou esse processo sim, já começou… Já vem vindo nessa grande espiral evolutiva, em que as humanidades vão passando através de sua caminhada, de suas jornadas no plano terreno para planos melhores.
Já melhoramos, se nós olharmos os primeiros tempos da Humanidade, se nós olharmos a selvageria, o quanto de primitivismo existia, mas ainda hoje existem, infelizmente Espíritos que são muito comprometidos com o mal, com as trevas, com as ações negativas do Planeta, e nós estamos ainda vendo isso.
Na década de 50, Francisco C. Xavier, teve a oportunidade de dizer em Pedro Leopoldo – MG- que encontra-se registrado no livro “Testemunhos de Chico Xavier” de Suely C. Schubert…
Claro que, nós podemos imaginar segundo a narrativa do Chico Xavier que aquela época a população de Espíritos no Plano Espiritual ligados a Terra era 3 vezes mais que a dos encarnados e trazendo para os dias atuais – 7 bilhões de habitantes encarnados e como essa população atual é muito maior do que a da década de 50, então, se naquela época havia 3 vezes mais no Plano Espiritual, talvez estejam lá um número bem menor; mas, o que podemos anotar é que esses Espíritos foram encarnando, claro que não vieram todos de uma vez, aos poucos foram vindo e talvez mais na última década. Então, esses Espíritos que estão no Plano Espiritual muitas vezes destoantes completamente de um Mundo de Regeneração são Espíritos que estão tendo suas últimas oportunidades porque depois não vão mais reencarnar no Planeta, vão ser arrebanhados para um Planeta Inferior, claro que não vão desencarnar aqui e reencarnar lá, mas, antes serão preparados com um novo perispírito para que o corpo pareça um conjunto fluídico e que forneça aos Espíritos reencarnantes a estruturação do perispírito, porque o perispírito de cada um é de acordo com o nível do Planeta. Esse é o processo de mudança, dessa condição evolutiva que vem acontecendo de forma ordenada e sem muitos abalos.
Portanto, o Planeta de Regeneração já é uma verdade, mas não sabemos de sua total formação, se vai demorar muito, porque Jesus prometeu o Reino; muitas vezes Jesus falou no Reino em suas parábolas, mas o Reino para ser implantado depende de nós.
Dr. Bezerra de Menezes através do médium Divaldo P. Franco, numa mensagem notável, vem dizer que o Reino não é daqui, não antes que comece, porque começa em nós, que o Reino dos céus não é desse Planeta, ele começa aqui porque começa dentro de nós, nós é que vamos implantando dentro de nosso íntimo… O Reino dos Céus está dentro de nós disse Jesus, então é importante trazermos este Reino para dentro de nós…
Na questão 1019 de “O Livro dos Espíritos” Allan Kardec pergunta aos Espíritos se um dia o Reinado dos Céus se implantará na Terra? E os Espíritos responderam que sim. O dia que os Espíritos desencarnados que a vierem habitar tiver a predominância do bem porque aí farão que reine o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das Leis de Deus que o homem atrairá para a Terra os Espíritos bons e dela afastará os maus…
E aqui nós já estaremos no Plano da Regeneração, nós estaremos num momento de condições melhores. Por certo desencarnaremos e reencarnaremos; talvez as crianças de agora possam estar de forma mais significativa, não de forma plena, mas de forma mais aperfeiçoada e nós outros quando desencarnados, sabe-se lá se vamos voltar ainda com projeto de ajudar, projeto que pertence ao Cristo. Este projeto de Regeneração é um projeto divino e é um projeto que fazemos parte, portanto, é importantíssimo que tenhamos a consciência de contribuirmos para o reinado do bem, depurando o nosso íntimo, depurando as nossas falhas. E quando percebemos nossas dificuldades dentro de nossa Casa Espírita nos relacionamentos, porque somos seres humanos, lembremos que na verdade como Espíritos fazendo experiências humanas e que nos cabem acolher e compreender, porque nossas diferenças somadas podem contribuir para o nosso progresso, porque cada um contribui com uma pequena parte, se não sabemos tudo, o outro também não sabe e assim vamos caminhando.
Por isso, quando Jesus estava se despedindo dos discípulos está dizendo: “os meus discípulos se conhecem por muito se amarem”. O novo mandamento vos dou: “amai uns aos outros como Eu vos amei”; como Eu vos tenho amado, porque tem um novo mandamento. O mandamento da Regra Áurea, “amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo”.
Amar a si mesmo para amar ao próximo e amar a Deus. Jesus estava dizendo que o referencial é a própria pessoa: “quando Ele se despede Ele está dizendo como Eu vos amei, o referencial é Ele próprio, como Eu vos amei, o amor que Ele dedica a criatura, portanto, é a proposta da Regeneração da Humanidade”, e é importante nós refletirmos acerca disso, porque a Doutrina Espírita caminha par e passo com o progresso, mas é sempre bom ter como fundamento a mensagem do Cristo, que a bondade sólida e inamovível dos seus ensinamentos, esse legado de luz que a Humanidade precisa alcançar, afastando dos milênios de uma fé cega e agora com uma fé raciocinada, pensada, conquistada por estudos, compreensão, abrindo novos horizontes. E é isso meus irmãos, que o Mestre espera de todos nós…